Tuesday, August 21, 2007

Listaháskólinn

A vida nos coloca diante de várias escolhas e essas decisoes geram consequencias as vezes diferente das espectativas. Não vou narrar agora como vim parar na Islandia. Talvez um dia, talvez nunca. Vou sim narrar os anos que estao por vir curso de design da Academia de Arte da Islandia (Listaháskóla Íslands).

Decidi fazer esse blog por várias razoes:
1- porque blog está na moda (de novo! Hehehe)
2- porque tenho certeza que vou me divertir e ralar muito na Academia
3- para que os meus amigos- designers ou nao- acompanhem essa experiencia e assim eu economizo nos e-mails
4- para nao deixar o portugues enferrujar (perdoem-me erros de datilografia, mas nao vou preocupar com acentos. As letras que faltam no meu teclado dão espaco para ð, æ, þ, ö...)

Reykjavik, 20 de agosto de 2007.


Aula inaugural no departamento de música e teatro. O “salão cheio” de gente diferente. Calouros de música, teatro, belas artes, danca, arquitetura e design (fashion, product e graphic). Parecia até festa à fantasia: os garotos madrugaram para colocar a cabeleira em pé nos estilos mais estranhos. Me senti como se estivesse nos anos 70, 80.. com essa moda toda de brechó, calca super mega colada, moletons estampadíssimos e óculos enoormes... é como se tivessem colocado todas as figuracas da Laugavegur (rua mais descolada de Reykjavik) juntas. Provavelmente eu era A estranha aquele recinto: de sainha, blusinha e all star. Fora meus cabelos e olhos castanhos, onde quase todos tem olhos azuis. Enfim, Helga, minha amiga islandesa e sporty girl, ao saber que fui aceita na LHI logo me perguntou: voce nao vai comecar a se vestir com aquelas roupas estranhas, né? Também me pergunto...

De cara fiz amizade com Thia, uma americana que passou os últimos anos na Ásia estudando fashion design e viajando. Uma gracinha, mas me senti uma gulosa perto dela. Passamos o dia juntas e ela nao comeu NADA. Eu comi bolinhos no café, sandubao no almoco e Prince Polo no break. Ela, nada.

No almoco, eu, Thia e mais 2 dinamarquesas tivemos reuniao com o reitor, que é outra figura. Ele é super jovial, super pra frente. E nao deixou de mencionar: “The night life is essencial. You have to go where people from our school go.” ??? Onde já se viu? Fiquei de cara. Iah.. iah.... fazer o que?

Detalhe: tive um choque ao ver que todas as horas de estudo de islandes (e foram MUITAS) nao me ajudaram muito. Resultado:uma dor de cabeca que nem e conto. Nao entendi bulufas das explicacoes durante o dia. Me senti completamente perdida nessa 7 horas de islandes intenso.

Só mesmo Poweryoga pra salvar.

E para completar o dia, mais aula. Lecture de um professor holandes sobre Information Design. Nunca pensei que por trás das plaquinhas nos aeroportos, ruas e shoppings houvesse todo um estudo de design (cores e formas). O cara é tao fera que foi chamado para fazer as plaquinhas do filme “O terminal”. O único problema é que ele fala demais. Falou das 20 as 23, sem parar. Só 10 minutinhos.
Para o primeiro dia de aula, ficar fora de casa as 9 as 23 foi um tanto pesado. Espero poder descansar amanha.

Rvk, 21 de agosto de 2007- Segundo dia de aula

Lá fui eu com uma lista enorme de material para o meu primeiro workshop. Sem informacao nenhuma, o alívio veio ao saber que a aula seria em ingles.

A professora americana comecou contando uma estória que era mais ou menos assim: ela estava no meio de nada na Irlanda com o marido quando recebe um telefonema dizendo que a Jessica Simpson (nunca ouvi falar, mas já googuei e ela realmente existe) queria que ela fizesse a capa do novo CD “para ontem”. No meio de nada, nao jamais encontraria uma loja com materiais artísticos. A única coisa que ela tinha nas maos era graxa para seus sapatos. De lá surgiu a capa com a ilustracao do marido. Fizeram pá- pú, fotinha, computer, e-mail... preco: 5 mil dólares e viagem paga.
Entao lá estávamos: futuros arquitetos, fashion, product e graphic designers com um mundo de material nas maos. Todo em preto.
Primeiras instrucoes: faca da sacola de lixo grande, um vestido. E ao som de muita música, a professora maluquinha, ia dizendo o que deveríamos ilustrar em um tempo mínimo, usando os mais diversos materiais. Dá-lhe black. Sapato, fruta, bebe, casa dos sonhos, navio, sexo, droga ilegal, coisa que gosta, coisa que odeia, flor, vestido, bola, alfabeto com diferentes tipografias.........................
Foram horas e horas exaustivas ilustrando o que vinha na mente dela e trocando de mesas, de materiais, desenhando em outros papéis... No fim fotografamos tudo e os garotos high-tech ficaram de colocar no computador.
Ah, e era para eu ter a minha tarde livre SE meu potinho de Indian Ink nao tivesse “explodido” no banco de trás meu carrinho. Passei a tarde em baixo de chuva tentando limpar e fazendo sujeira. Agora vou correr para estudar Photoshop.
Ps: Me senti mais “em casa” hoje.

Ler e Ver: Red Dot Communication Design Year Book 2006/2007- Peter Zec

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